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Ao sustentar a acusação o representante do MPE destacou a versão apresentada pelo réu, que classificou como fantasiosa sobre uma suposta terceira pessoa que faria um programa com a jovem. O promotor de justiça narrou aos jurados partes dos depoimentos prestados pelo réu à polícia e à Justiça, e o que chamou de “inconsistências” que observou na versão do acusado.
Informações do processo dão conta que o crime ocorreu entre os dias 17 e 18 de setembro de 2005. O técnico teve a prisão decretada desde 28 de outubro daquele ano, tendo recorrido em todas as instâncias da Justiça para responder ao processo em liberdade, mas, em nenhuma delas teve o pedido deferido.
O caso foi desvendado após a quebra do sigilo telefônico e dos emails do acusado. A denúncia contra o técnico se baseou em laudos de exame necroscópico, de levantamento de local do crime com cadáver, e de identificação biológica por análise de DNA, que apontaram Marcelo Sampaio como autor de homicídio qualificado, tortura e ocultação de cadáver.
Relatório da Polícia Civil deram conta que a vítima frequentava um cyber café de Icoaraci e acessava sala de bate papo, onde conheceu Marcelo. Em setembro de 2005, a estudante teria marcado encontro com o acusado em uma loja de conveniência. Consta, ainda, que o réu levou a jovem para o apartamento onde morava. No dia seguinte pela manhã, após matar a jovem por asfixia mecânica, utilizando tortura, amarrou o corpo com fios de nylon, para diminuir o volume e colocou dentro de um saco plástico. Para tentar ocultar o cadáver, o abandonou em um contêneir de lixo na Travessa 14 de Abril.
Pouco tempo depois o corpo foi encontrado por um gari, que acionou a Polícia. Ao ter a prisão temporária decretada o técnico de informática negou a autoria do crime, mas confessou ter se encontrado com a estudante de ter levado até seu apartamento.
A versão do acusado é que a jovem teria ficado no local ouvindo música até 19h. Em seguida Lutier alega ter deixado a jovem que se encontraria com uma pessoa que conhecia por 'Duca', com quem faria um programa, negociado por Marcelo por R$500. O acusado disse que por volta das cinco da manhã do dia 18 de setembro, 'Duca' teria lhe ligado e entregue um saco plástico para ser deixado no lixo, que não sabia do que se tratava. Exame no corpo de Bruna constatou traços de tortura, morte por asfixia e indícios de relação sexual. O laudo comprovou, ainda, que material espermático encontrado no corpo de Bruna é de Marcelo Sampaio. (Texto Glória Lima).